quinta-feira, 14 de julho de 2011

Matéria Interessante

Bom navegando por ai atoa nessas páginas de internet meu amigo Alan Silveira se depara com uma matéria meia antiga mas mesmo assim interessante.
Essa matéria foi feita por Sérgio Martins da revista Veja e publicando na Veja on-line dia 2 de agosto de 2006.


A matéria é a seguinte:

O túmulo do reggae 



Não é de hoje que o Brasil produz o pior reggae do mundo. Desde 1979, quando Gilberto Gil cantou sua versão da música No Woman, No Cry, de Bob Marley, o país consegue retirar do gênero até os méritos que ele tem (e não são muitos). Nascido na Jamaica, no fim dos anos 60, o reggae se tornou influente no mundo inteiro – e deixou sua marca na discografia de artistas tão diversos quanto Bob Dylan ou The Clash – graças ao peso de sua seção rítmica, ou seja, ao diálogo entre uma bateria de batida seca e um baixo de pulsação lenta e grave. Pois é justamente esse peso que está ausente das gravações dos brasileiros, que o trocam por uma guitarra ou um violãozinho frouxo. Mesmo sem espinha dorsal, no entanto, esse reggae versão nacional faz sucesso. Basta ligar o rádio para comprovar. Segundo a Crowley Broadcast Analysis do Brasil, empresa que mede a audiência das emissoras de rádio, as duas canções mais tocadas no país atualmente são reggaes: Desenho de Deus, do gaúcho Armandinho, e Me Namora, do paulista Edu Ribeiro. Graças ao sucesso radiofônico, o primeiro vem fazendo doze apresentações mensais e já vendeu 70.000 cópias de seu disco Ao Vivo. Edu Ribeiro, enquanto isso, estuda propostas de duas grandes gravadoras. Seu CD de estréia, Roots Reggae Classics Vol. 1 e Outras Canções, foi lançado por um selo independente e já vendeu 40.000 unidades. 

Armandinho e Edu Ribeiro fazem "reggae de cachoeira". São músicas que só têm o mais detestável do reggae: as letras sem pé nem cabeça sobre amor e natureza, as referências ao deus Jah e a idéia de que a maconha é uma erva sagrada. Armandinho iniciou a carreira nos botecos de Porto Alegre e gravou dois discos até ser contratado pela gravadora Universal. Ao Vivo reúne o supra-sumo de sua arte. Em Desenho de Deus ele diz: "Quando Deus te desenhou / Ele tava namorando / Na beira do mar do amor...". Mas nada se compara a Folha de Bananeira, que introduz uma nova rima no português: "A folha é boa, é erva fina / Fumo na boa só para pegar as menina". Ribeiro é mais autêntico, a começar pelos dreadlocks – aquelas tranças ensebadas. Nascido na periferia de São Paulo, ele começou a carreira no movimento hip hop, mas logo trocou o rap pelo reggae. "Sou do gueto, mas gosto de falar de amor", diz. Me Namora, seu sucesso, foi composto para uma menina que o esnobou. Ao tocar recentemente no Domingão do Faustão, o apresentador apontou Ribeiro e disse: "Olha o que ela perdeu...". Não, Faustão. Pelo conteúdo de Roots Reggae Classics, ela não tem do que se arrepender. 


 
Ela ainda traz como se deve fazer para criar uma banda de reggae.

A fórmula para criar uma banda de reggae 
RITMO
A base do reggae jamaicano é a sonoridade do baixo. O reggae brasileiro é diferente – todas as canções têm de ter uma levadinha dengosa de violão. Isso porque os fãs do gênero adoram cantar em torno de uma fogueira
 
LETRAS
Deve-se protestar contra "tudo o que está aí". Deve-se também louvar Jah, que é o Deus do reggae. Deve-se ainda falar de maconha – droga que os reggaemen consideram sagrada
 
COMO AGIR NO PALCO
Roupas coloridas, sempre. Dreadlocks (aquelas tranças malcheirosas no cabelo), se a banda quiser ser mais autêntica. O "iô-iô-iô" para animar o público é imprescindível.
 
VIDEOCLIPE
Fã de reggae gosta de clipe bucólico. Ou seja, muita natureza, verde e uma cachoeira. A presença feminina também é imprescindível. Os clipes devem ter meninas bonitas, se possível de biquíni.

 
Pois bem minha conclusão sobre está matéria é que sim nosso cantores perderam um pouco da origem do reggae mas também acredito  que trouxeram o ritmo músical para a realidade do país. Mas se observarmos hoje em dia existem diversas bandas tocando o reggae como sua verdadeira origem, fato que não ocorria muito em um passado não muito distânte como podemos ver na matéria de 2006, mesmo já havendo algumas mudanças acredito que devemos melhorar ainda e muito o reggae nacional.

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